
A Sala
A Sala é um espaço de encontro e união.
Todas as Festas do Senhor de Matosinhos, Natais, Páscoas, aniversários, foram naquela sala, à volta da mesa e com a escada como pano de fundo.
As festas com vinis e com restrições horárias, as peças de teatro e saraus musicais aconteceram naquele chão e naquele espaço.
A chuva e o sol revelam-se através dos amplos vãos envidraçados, enquanto das poltronas o tempo se deixa saborear em um café, em um livro ou simplesmente em uma boa conversa.
O fim do jantar é a brindar com um cálice de Vinho do Porto de autoria de Álvaro Siza.

Os Quartos
Quarto d'Abreu Neto
O quarto em que Maria Manuel nasceu.
Dá para a varanda desenhada para todos os d'Abreu, os Neto e os d'Abreu Neto e quaisquer outros por afinidade.
O quarto que é a memória de todos os grandes acontecimentos da família d'Abreu Neto.
Aquele que simboliza a identidade das vivências na casa.
Quarto das Marias
De forma a homenagear todas as Marias que nasceram, cresceram, brincaram, dançaram, trabalharam e riram nesta casa, este quarto é o espaço para nos lembrar que todos temos um pequeno espaço da casa que nos é querido.
O desafio neste quarto é encontrar como um pequeno camiseiro se torna também secretária.
Quarto dos Meninos
Este quarto acolheu e viu crescer os filhos dos donos da casa .em momentos distintos da infância e da adolescência, carregando memórias de cada geração.
Teve várias remodelações efémeras com posters autografados por atores de teatro da época.
Era aqui que os meninos guardavam os seus segredos.
Quarto de Hóspedes
O quarto com vista para o jardim e para uma das Quatro Casas, como tal é o mais sossegado.
Recebeu ao longo dos tempos os avós, a tia, os primos, os amigos e os seus filhos.
Aqui vai sentir-se bem recebido como a tradição portuguesa do norte assim o manda.

A Cozinha
A Cozinha é um espaço de encontros e sentidos.
Quando entramos na cozinha somos invadidos por um ambiente que nos deixa com vontade de cozinhar, explorar, contemplar e conversar.
É divertida!
A pastilha de vidro ocre é um voo para o universo do catalão Antoni Gaudí, causando um assombro repentino de surpresa. Assim como o passa-pratos. Não é apenas um detalhe arquitectónico - é uma peça simbólica, prática e especial e foi pensado para que não falte nada à mesa. Todos os electrodomésticos foram repensados para nos remeter ao original e autêntico.
A chaminé é uma escultura, uma obra de arte singular e incomparável de imaginação.
Contemplemos, cozinhemos e desfrutemos para alimentar corpo e alma.
As Casas de Banho

Totalmente reabilitadas pelo Arquitecto Álvaro Siza.
Todas as loiças sanitárias e torneiras foram escolhidas pelo autor.
A excelência e histórica qualidade da indústria de cerâmica portuguesa é homenageada com a linha Neoclássica da Valadares.
Após o duche, envolver-se no roupão e calçar os chinelos com o logótipo concebido por Siza é transformar um gesto quotidiano num momento distinto.
O detalhe de puxar a corrente do autoclismo relembra-nos a todos a casa dos nossos avós.

Sala Fernanda
Na Sala Fernanda admiramos as peças e objectos que contam o passar do tempo da família d'Abreu Neto e da sua casa.
Neste espaço guardam-se os objectos que evocam as memórias mais especiais da família, tais como fotografias, desenhos, documentos e livros para serem admirados e explorados.
Foi também aqui que as crianças tiveram explicações, viveram momentos de estudo dedicado e se ouviu o som do piano tocado por duas gerações.
Na parede, em lugar de honra, encontra-se emoldurada a planta original da casa, datada de 1956 e apenas assinada por Álvaro Siza 55 anos mais tarde, pois à altura ainda não tinha completado o curso.
É aqui que sentimos fazer parte não só da história da família d'Abreu Neto, mas também da própria história da arquitectura portuguesa.
Escritório d'Nosso Arquitecto

Sala Fernando
O primeiro quarto de Maria Manuel: o que guardam estas paredes?
Era aqui, neste recanto que ela dormia e sonhava.
Por alturas festivas do Senhor de Matosinhos, este quarto acolhia os que vinham de longe e de perto, enchendo-o com a animação e as conversas cruzadas típicas desses dias de celebração.
Mais tarde, viria a ser o refúgio sereno do dono da casa, onde havia tempo para as suas palavras cruzadas, para vibrar com o seu amado Benfica, viver as recordações ou simplesmente para saborear a calma de um bom livro.
Sala de Apoio

Zona Exterior
Pelo portão de Filipe Coelho só entravam as visitas importantes e o Compasso do Padre na Páscoa. Já o portão da Avenida era a serventia da casa para família e amigos, servindo de testemunha a namoros inocentes e ao olhar curioso dos cães sobre quem passava.
A garagem, transformada em palco improvisado, acolheu as animadas festas de adolescência de Maria Manuel.
As árvores e flores ainda cultivadas pela dona da casa, juntamente com a placa no muro do jardim, guardam a memória de todos os "fiéis amigos" da família que ali viveram.
Onde antigamente se secava a roupa, atualmente apanha-se sol, onde foi um galinheiro desenhado por um Pritzker, é agora uma lavandaria, no jardim onde as crianças corriam e brincavam, sentamo-nos agora a ler um livro e a apreciar a vista para a emblemática sala.
Na parede repousa o leme da traineira "Nossa Senhora da Guia", colocado em honra das origens, apesar da relutância do autor do projecto. Continua ali, lado a lado com o mirante que guardou namoros e conversas, como se ambos sempre tivessem pertencido à própria essência da casa.
É a Casa d'Abreu Neto.
Uma casa com alma.
A Casa d’Abreu Neto agradece aos fotógrafos Francisco Cruz e Pedro Cardigo pela sensibilidade e talento ao captar a essência deste espaço através das suas imagens.

















































